domingo, 10 de abril de 2011

Ler, conhecer e escrever.

Para iniciar, encontrei algo interessante:

Nos últimos anos, diversas fazendas foram loteadas para
moradia...Inicialmente, as chácaras de Barracão (anos 50) viraram
lotes do “IAPI”... Outros sistemas habitacionais ocorreram e ocorrem
nestes últimos anos... Colônias urbanas? O que chama a atenção nesta
fase de avaliação de rendimento escolar, está justamente no
desconforto das moradias populares... Uma “cela” de aula, onde todos
ficam sentados, enfileirados ou não, tem a mesma medida de uma casa do
sistema de habitação. Nestas casas não há espaço para uma biblioteca,
nem para uma mesa de leitura e redação. O Programa Ler e Escrever vive
prejudicado, não consta da planta habitacional de  construção o
cômodo:-escritório promovendo o país  alfabetizado. No equipamento das
escolas, notamos que os governantes sempre encontraram dificuldade em
gerir o sistema de ensino e a culpa dos erros coletivos pesa sempre no
professor. O que fizeram dos anfiteatros escolares? Onde estão os
laboratórios escolares da 5692? Como estão as salas de informática? Se
na escola não há um cenário de templo do saber, como o alunado pode
ter em casa de 49 metros quadrados, o  envolvimento com as coisas da
escola. Sem meios para dividir o tempo com as obrigações caseiras,
lazer e estudo, as crianças (a maioria sem um vídeo-game) acabam
vencidas por musicais de baixa qualidade e pelos mesmos programas e
filmes de televisão. São poucos os canais endereçados ao
infanto-juvenil entre 18 e 21 horas. No pedagógico escolar, os alunos
de hoje, nem se lembram de seus livros. A manobra de recolher os
livros do PNLD no final do ano, tira o hábito de recordar, em férias
as leituras do ano letivo. Conheci várias cartilhas e livros abolidos
da prática pedagógica atual: Sodré, Suave, Pipoca, Mimi, Lápis na
Mão... Nas reproduções modificadas temos, ainda, as duas mais
vendidas:- Sodré e Suave em barracas de feiras e bienais do livro. Na
alfabetização funcional, o Mobral teve a sua cartilha, onde o primeiro
quadro sociológico era do Tijolo. Hoje com milhares de livros
didáticos, para-didáticos e literários, mas as moradias não tem uma
sala de leitura/escritório. Ler onde e como? Como criar o hábito de
escrever? Enfim, como fica a autoestima dos alunos? Hoje estudam e
quando chegam ao final de onze mil horas de estudo, não recebem
certificados ou diplomas;  apenas uma tabela de impressão rápida,
conhecida por histórico escolar. As escolas ainda promovem a formatura
de colação grau com fotos e filmes. O canudo entregue é vazio... Os
alunos saem da escola sem uma profissão. Saudades das escolas
profissionalizantes do passado: Técnicos Contábeis, Normalistas, entre
outros... Naqueles tempos (não distantes) haviam os cursos: Clássico e
Cientifico. Hoje Exatas e Humanas? Hoje os programas de ensino
chocam-se com projetos, parcerias e seqüências... A internet
pedagógica e cultural hoje é a salvação de boa porcentagem dos alunos
que tem computador. Nas salas de informática encontramos poucos e
antiquados computadores, onde todos tudo tentam fazer... Nas divisões
geográficas informais da cidade, chamamos de bairro qualquer vila ou
conjunto. Quando há bibliotecas faltam monitores para dar vida ao
acervo  de que são mantenedores. Na minha Capital do Saber,quando vou
a uma biblioteca e não encontro um livro, vou ao sebo. Se não o acho,
o passado editorial revivo. Num almanaque Biotônico (R$160,00) pude
ler uma mensagem que havia lido há décadas... Depois encontrei-o em
minha coleção... Há pouco comprei um Cancioneiro de Algárvio (R$ 300)
e agora procuro pelo de Alentejo (700)... O Meus Irmãos, os Trovadores
tem variação de preço e trazem por história dedicatórias antigas.
Merece nova edição para garantir o Movimento na modernidade.
Nesta ânsia de ler e escrever que, consegui historiar a imprensa
escolar de minha cidade a partir do jornal A PALAVRA... e deu até para
conhecer poetas daquele tempo (1907) falecidos há menos de vinte anos.
Graças aos meus pais sou leitor e tenho com dedicatória livros
presenteados na infância. Quando há ambiente de leitura constrói-se o
hábito.
Hoje é domingo dia de cultura: Ponto de Leitura; no  Parque, a turma
se  enturma e o papo é solto... Como dizia o “Chacrinha”: quem não
comunica...
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Nilton Manoel - pedagogo

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